99% da capacidade instalada de GD no Brasil vem da fonte solar, diz especialista

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Insights de Hélvio Neves Guerra no Fórum Regional de GD trouxe perspectivas e desafios no Brasil sobre a geração distribuída

Durante o Fórum Regional de Geração Distribuída, Hélvio Neves Guerra, consultor e ex-diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), compartilhou sua vasta experiência e visão sobre o papel fundamental da geração distribuída (GD) na transição energética do Brasil. Com mais de 20 anos de atuação na ANEEL, Guerra desempenhou um papel central na regulação do setor elétrico e tem sido uma voz influente na promoção da GD como um motor essencial para a evolução energética do país.

Em sua palestra, o especialista enfatiza que a geração distribuída, predominantemente composta por energia solar fotovoltaica, já representa mais de 99% da capacidade instalada de GD no Brasil. Ele destacou que essa modalidade não só democratiza o acesso à energia, permitindo que consumidores se tornem produtores, mas também é crucial para a descentralização da matriz energética brasileira, que se torna cada vez mais sustentável e alinhada às metas globais de redução de emissões de carbono.

Guerra, atualmente cumprindo um período de quarentena exigido pela legislação após seu tempo como diretor da ANEEL, destaca a importância desse intervalo para preservar a integridade do mercado. No entanto, ele planeja atuar futuramente como consultor, utilizando sua profunda experiência para continuar influenciando positivamente o setor.

Ao refletir sobre os avanços da GD, ele também menciona marcos regulatórios como a Resolução 482/2012 da ANEEL, que foi um divisor de águas ao permitir que consumidores pudessem gerar e trocar energia com a rede elétrica. Ele observou que essa regulação impulsionou o crescimento exponencial da GD no Brasil, onde atualmente há quase 2,8 milhões de instalações de geração distribuída, com uma capacidade instalada que ultrapassa os 31.000 MW—superando até mesmo a potência da Usina Hidrelétrica de Itaipu.

O especialista também abordou a transformação do papel do consumidor, que, com a GD, evolui de um agente passivo para um protagonista no sistema energético. Essa mudança, segundo Guerra, exige adaptações contínuas tanto nas distribuidoras de energia quanto no arcabouço regulatório, garantindo que o crescimento da GD ocorra de forma sustentável.

Concluindo sua apresentação no Fórum, Guerra finaloizou pontuando que o Brasil, com quase 90% de sua matriz elétrica composta por fontes renováveis, está em uma posição privilegiada para atrair investimentos no setor de energia limpa. Ele acredita que a geração distribuída continuará a ser um pilar fundamental na construção de um futuro energético mais sustentável e resiliente para o país.

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