Sorgo-biomassa desponta como alternativa sustentável para a geração de energia no Brasil

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Primeiros testes industriais para produção de briquetes dessa biomassa foram divulgados pela Embrapa esta semana

A busca por fontes de energia renovável tem se tornado uma prioridade global, e o Brasil desponta como um dos países com maior potencial para liderar essa transição. Nesse contexto, o sorgo-biomassa surge como uma alternativa promissora, capaz de substituir até 66% da madeira em processos industriais, mantendo o mesmo poder calorífico, segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

Os primeiros testes industriais com briquetes de sorgo-biomassa, realizados em outubro de 2024, apresentaram resultados promissores, consolidando a viabilidade dessa matéria-prima. Compactado em briquetes ou pellets, o sorgo-biomassa se torna mais eficiente para transporte e armazenamento, reduzindo custos logísticos e aumentando a automação no setor produtivo.

Segundo a Embrapa, o sorgo-biomassa é uma gramínea de ciclo curto, adaptável a diversas condições climáticas e com alta produtividade por hectare. Desenvolvido pela Embrapa, o híbrido BRS 716 destaca-se como uma das variedades mais promissoras, já disponível comercialmente no Brasil.

Para Marina Morales, pesquisadora da Embrapa Florestas, a compactação da biomassa em briquetes ou pellets é essencial para otimizar seu uso industrial. “Nada impede a queima de briquetes e pellets de sorgo-biomassa puro; entretanto, para início de testes na indústria, indicamos alimentar o forno com a mescla de 66% de briquete de sorgo e 34% de cavaco. Experimentalmente, nessas proporções obtivemos um poder calorífico equivalente ao da madeira. Isso abre um leque de possibilidades para as indústrias que buscam diversificar suas fontes de energia e segurança energética”, explica.

Apesar das vantagens, o avanço do sorgo-biomassa no Brasil depende de investimentos contínuos em pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I). A aceitação pelo mercado e a adaptação de processos industriais também são desafios que precisam ser superados.

Para Morales, o apoio de indústrias e cooperativas é fundamental. “Conseguimos bons resultados com as mesclas em laboratórios e vamos ampliar os estudos em função dos diferentes processos de queima, logística, automação, que existem nas indústrias, incluindo pellets. Nesse sentido, estamos em busca de indústrias e cooperativas que queiram plantar sorgo-biomassa e validar seu uso para produção de energia” ressalta ela.

A pesquisa completa pode ser acessada no site oficial da Embrapa.

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