Rio Grande do Sul avança na transição energética com novas fábricas de Hidrogênio Verde

Image

Novos empreendimentos preveem investimentos de R$ 150 milhões, assim como geração de emprego

O governo do Rio Grande do Sul deu um passo importante em sua jornada rumo à transição energética com o anúncio da construção de três novas fábricas de hidrogênio verde (H2V) e amônia sustentável (NH3). As usinas que serão instaladas nas cidades de Passo Fundo, Tio Hugo e Condor, fazem parte de um acordo firmado entre a Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema) e a empresa Begreen Bioenergia e Fertilizantes Sustentáveis.

O memorando de entendimento (MdE), publicado no Diário Oficial do Estado na última quarta-feira (11/9), reforça o compromisso do Estado em diversificar suas fontes energéticas e promover a economia de baixo carbono, de acordo com Marjorie Kauffmann, titular da Sema. Este projeto também integra os Projetos Estruturantes do Plano Rio Grande, uma estratégia para desenvolver a cadeia produtiva de hidrogênio verde, atrair investimentos e investir na inovação no setor de energias renováveis.

Investimento de R$ 150 milhões e impacto no setor agrícola

Com um investimento total estimado em R$ 150 milhões, as fábricas terão capacidade para produzir cerca de 8 mil toneladas de amônia verde por ano. Esta produção é vista como uma alternativa sustentável à amônia tradicional, que é amplamente utilizada como fertilizante nitrogenado na agricultura. A instalação dessas usinas pode reduzir a dependência do estado em relação à importação de insumos agrícolas, fortalecendo a autonomia da produção local.

A amônia verde, produzida a partir de fontes renováveis de hidrogênio e nitrogênio, é uma solução ambientalmente responsável que pode beneficiar diretamente culturas como soja, milho e trigo. O uso deste fertilizante favorece uma agricultura mais sustentável, fornecendo a emissão de gases de efeito estufa (GEE) e contribuindo para a saúde do solo.

As novas usinas, por outro lado, também refletem uma tendência global de crescimento na produção de hidrogênio verde. Luiz Paulo Hauth, diretor de operações da Begreen, informou dados da Agência Internacional de Energia (IEA), que prevê que a capacidade de produção de hidrogênio verde no mundo deve atingir 420 GW até 2030, em comparação aos atuais 2 GW.

Essa expansão posiciona o Rio Grande do Sul como um estado pioneiro na transição energética do Brasil, contribuindo para a descarbonização da economia e a redução de emissões poluentes. Segundo Rodrigo Huguenin, diretor do Departamento de Energia da Sema, a iniciativa reforça o papel do estado em compromissos globais de transição energética sustentável, como previsto pelo Programa Estadual de Desenvolvimento da Cadeia Produtiva do H2V.

Além de contribuições para o setor de energias renováveis e o agronegócio, o projeto deverá gerar cerca de 120 empregos diretos durante a fase de construção das fábricas e mais 30 empregos permanentes para sua manutenção. A previsão é que as duas primeiras usinas entrem em operação até 2027, contribuindo para a criação de uma infraestrutura sólida para a produção de amônia e hidrogênio verde no estado.

A adoção da amônia verde no Rio Grande do Sul pode trazer benefícios à agricultura local, assim como a redução da dependência de combustíveis fósseis e da menor emissão de substâncias poluentes, a qual não só favorece o meio ambiente, mas também proporciona safras mais produtivas e de maior qualidade. Além disso, o custo a longo prazo para os agricultores pode ser reduzido, uma vez que a produção local tende a ser mais competitiva.

Gostou do Conteúdo, Cadastre-se já e receba todas as notícias de BiomassaBR no seu email cadastrado

Compartilhe esta noticia: