Brasil bate recorde na produção de Biocombustíveis

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País alcançou recorde na produção em 2023, principalmente no que diz respeito ao biodiesel

O Brasil atingiu um marco histórico na produção de biocombustíveis em 2023, conforme revela o Anuário Estatístico Brasileiro do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis 2024, divulgado recentemente pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). A produção de biodiesel, em particular, alcançou mais de 7,5 bilhões de litros, impulsionada pela elevação do percentual de mistura obrigatória ao diesel para 12% desde 1º de abril de 2023.

O ministro Alexandre Silveira tem enfatizado a força do Brasil diante dos desafios do setor de transportes, tanto em reuniões nacionais quanto internacionais. "O aumento da participação de biocombustíveis em nossa matriz energética demonstra a liderança do Brasil na transição energética justa e inclusiva. Estamos na vanguarda quando se trata de alternativas aos combustíveis fósseis, e o aumento da produção do biodiesel é fruto desse esforço", afirmou Silveira.

Além do biodiesel, o consumo de etanol também registrou crescimento significativo nos primeiros meses de 2024. Segundo estudo do Observatório de Conhecimento e Inovação em Bioeconomia da Fundação Getúlio Vargas (FGV), a participação do etanol hidratado no consumo da frota de veículos saltou para 26,3%, contra os 17,7% do mesmo período do ano passado. No trimestre, o etanol anidro misturado à gasolina e o etanol hidratado consumido diretamente pelos veículos foram responsáveis por 41,4% da energia consumida pelos veículos leves – o maior valor registrado nos últimos 12 trimestres.

O secretário Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, Pietro Mendes, destacou a importância do Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel (PNPB) e do Combustível do Futuro na descarbonização do país. "Avançaremos ainda mais na integração de políticas públicas voltadas para promoção da mobilidade sustentável de baixo carbono e teremos a possibilidade de investirmos de forma ainda mais expressiva na produção de energia limpa", ressaltou Mendes.

Luciano Rodrigues, coordenador do núcleo de bioenergia do Observatório e diretor de inteligência setorial da União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (UNICA), também comentou o crescimento do etanol no país e suas expectativas. “Depois de um período conturbado com redução da mistura de biodiesel e eliminação do diferencial tributário do etanol no ciclo Otto, observamos uma recuperação da bioenergia no mercado nacional ao longo dos trimestres de 2023. Seguindo essa tendência, os resultados do primeiro trimestre de 2024 surpreenderam ao registrarem emissão evitada pela bioenergia 26,4% superior àquela observada no mesmo período de 2023” ressaltou ele.

Vale destacar ainda que Mato Grosso, Goiás e São Paulo se destacam como os estados com maior presença da bioenergia e menor quantidade de emissões de gases de efeito estufa originadas da queima de um megajoule de energia pelos veículos leves. As políticas públicas que incentivam a adoção de fontes mais limpas de energia também estão em foco, como o Projeto de Lei Combustível do Futuro, que já foi aprovado na Câmara dos Deputados e está em discussão no Senado Federal. Essas iniciativas são essenciais para aumentar a produção e utilização de biocombustíveis na matriz energética nacional, promovendo um desenvolvimento sustentável, segundo os especialistas.

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