O semiárido baiano, conhecido por sua rica produção de sisal, está prestes a vivenciar uma transformação significativa com o lançamento do Projeto Replanta Agave. Desenvolvido pelo governo da Bahia em parceria com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e a Associação de Agricultores e Agricultoras Familiares de Serrinha (APAEB), o projeto busca capacitar 400 produtores para o cultivo do agave voltado à fabricação de etanol.Segundo o governo, atualmente, apenas 4% da planta de sisal é aproveitada para a produção de fibra, com o restante sendo descartado. O Projeto Replanta Agave, por outro lado, propõe uma abordagem inovadora, utilizando até 95% da planta para a fabricação de biocombustível. Além de reduzir o desperdício, essa iniciativa visa aumentar a renda dos trabalhadores e impulsionar o desenvolvimento econômico da região.Com um investimento de R$ 2,6 milhões, o projeto também pretende criar uma cadeia produtiva estruturada para o agave, incluindo o aprimoramento das técnicas de plantio e colheita e o aproveitamento da biomassa residual. O foco é tornar o semiárido baiano um modelo em produção sustentável de biocombustíveis, além de promover a transição para um sistema de produção em escala cooperativista.Ainda segundo o governo estadual, os 400 produtores participantes serão distribuídos em 20 municípios do Território do Sisal, abrangendo cidades como Araci, Serrinha, Valente e Conceição do Coité. A capacitação será realizada em turmas de 20 agricultores, com módulos que incluem preparação do solo, semeadura, manejo, colheita, armazenagem e comercialização.A APAEB, responsável pela execução do projeto, estabelecerá parcerias com instituições de ensino técnico para apoiar as atividades de capacitação. Além disso, serão fornecidos equipamentos de proteção individual e tratores para o manejo do agave. O acompanhamento técnico terá duração de, no mínimo, 18 meses, garantindo suporte integral aos agricultores.O projeto representa uma estratégia ampla para o desenvolvimento regional, unindo sustentabilidade e crescimento econômico. Além de ampliar a renda dos agricultores, a utilização da biomassa do agave para biocombustíveis é uma alternativa ecológica, com potencial de reduzir as emissões de carbono e diversificar a matriz energética brasileira.