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Cogeração está muito abaixo do potencial de entrega

Mesmo assim, visão de executivo do Banco Itaú/BBA é de que setor sucroenergético só sobreviverá com cogeração

Os canaviais brasileiros contam com um potencial muito grande ainda não explorado para a bioeletricidade. Segundo o diretor de Agronegócio do Banco Itaú/BBA, Alexandre Figliolino, o potencial de cogeração seria próximo de 5,5MW médios, mas, no momento, a entrega é de 1,7MW. “Não tem como negar que estamos, infelizmente, vivendo uma situação de perde-perde”, explicou.

O executivo ainda explicou que há 13 anos, quando a cogeração de biomassa começava a ganhar corpo, ele comentou com o empresário Norberto Bellodi, do Grupo Santa Adélia, o quanto era positivo o que estava acontecendo. “Mencionei naquela ocasião que em 10 anos, o setor sucroenergético estaria dividido em empresas que têm e as que não têm cogeração,” lembrou.

No entanto, recentemente, ele se encontrou novamente com Bellodi, que o corrigiu, dizendo que sua previsão estava errada, pois só vão sobreviver as empresas que tiverem cogeração. “E isso está ficando muito claro na medida em que atravessamos épocas de crise, como agora, com os preços do açúcar próximos aos custos de produção e com o etanol sofrendo a concorrência do preço da gasolina,” afirmou Figliolino.

O executivo explicou que essa situação é ainda mais perceptível quando se examina os números das empresas com as quais o Itaú/BBA trabalha. Esse cenário tem mostrado ainda mais a importância da cogeração para garantir “algum caixa livre no negócio,” explicou.

Segundo Figliolino, as atividades principais, tanto de açúcar quanto de etanol, não estão sendo suficientes para renovar canaviais, expandir mecanização, melhorar infraestrutura e fazer face a todo o serviço de dívida de um setor que vem num ritmo de investimento acelerado há anos, primeiro com o crescimento da década passada e agora com o esforço para recuperação dos canaviais depois de um período de dificuldades climáticas que impactaram três safras consecutivas.

“Se um dia se voltar a pensar em expansão no setor, o modelo mais viável é o que prioriza a produção combinada de etanol e energia em regiões de fronteira, como o Centro-Oeste, na medida em que o açúcar longe do porto passa a ter uma situação de competitividade muito prejudicada, principalmente em momentos de preços menores como atualmente,” frisou Figliolino.

“Precisamos entender que etanol e bioeletricidade são inseparáveis. Um vai ajudar na competitividade do outro. O que for feito de política pública tem que levar em consideração ações coordenadas para ambos,” finalizou.

O executivo participou de seminário realizado pelo Projeto Agora na Câmara dos Deputados.

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