Biomassa agrícola no setor sucroenergético

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Geração de Energia com Biomassa no Setor Sucroenergético

Um aspecto interessante do setor sucroenergético é a sua capacidade de ser muito eficiente na conversão de energia solar em produção de biomassa, gerando assim uma grande produção de biomassa agrícola.

O principal componente desta produção é o caldo que é convertido em açúcar e etanol, porém ao final da extração do caldo e produção de açúcar e etanol, existe uma biomassa residual disponibilizada pelo processo e que pode ser utilizada na geração de energia térmica, elétrica e combustível na forma de etanol celulósico: o bagaço proveniente das fibras do colmo. O avanço da mecanização da colheita está possibilitando outra biomassa residual, a palha proveniente das folhas e ponteiros que também pode ter o mesmo destino do bagaço.

Esta quantidade de biomassa tem energia equivalente a 77 milhões de toneladas de cavaco de madeira com 10% de umidade tanto para a palha quanto para o bagaço, totalizando 154 milhões de toneladas de cavaco de madeira equivalente, porque o poder calorífico do bagaço com 50% de umidade é 1.800 kcal/kg e a palha com 15% de umidade é igual a 3.100 kcal/kg.
Atualmente grande parte do bagaço é utilizado para a geração de toda a energia térmica demandada nos processos de fabricação de açúcar e etanol e uma parte é utilizada para a geração elétrica e transferida ao sistema elétrico nacional, representando em 2014, segundo dados da ÚNICA, 4,1% do total de energia elétrica consumida no Brasil, evitando a emissão de 8,3 milhões de toneladas equivalentes de CO2.

Porém o grande desafio atual é utilizar de forma racional e economicamente viável parte das 102 milhões de toneladas de palha disponibilizadas anualmente nos nossos canaviais. A crescente utilização da colheita mecanizada que não demanda a queima prévia das folhas tem tornado disponível ano após ano uma maior quantidade de palha que é deixada nos canaviais após sua colheita.

A primeira questão que surge é o efeito agronômico que a palha tem sobre o solo e a cultura da cana, porém estudos já mostram que é possível o recolhimento de parte deste material desde que sejam respeitados aspectos relacionados ao clima e solo de cada situação. Desta forma, podemos definir quantidade de palha a ser recolhida sem causar danos à sustentabilidade da produção de cana, principal ativo de uma usina de açúcar e etanol.


A cadeia logística de recolhimento e processamento da palha é composta por um conjunto de operações agrícolas e o processamento nas usinas.

Enfardamento

Principal operação da cadeia e a mais cara entre todas. A enfardadora (Figura 2) compacta o material das leiras mantendo-os em fardos através de amarração. Existem diferentes modelos de enfardadoras, mas para o setor sucroenergético o modelo mais eficiente é fardo prismático com dimensões de 0,9 x 1,2 x 2,5 m, com fardos de aproximadamente 450 -500 kg de peso amarrados com barbantes plásticos. Os fardos são depositados no solo automaticamente conforme são produzidos. As operações de enfardamento e de aleiramento devem ser realizadas apenas quando o clima possibilitar recolher palha com teores de umidade inferiores a 15%, desta forma reduzindo o tamanho da jornada. Para região Centro-Sul, estima-se uma jornada de trabalho média de 10 horas por dia para ambas.

Recolhimento dos fardos

Conforme os fardos são depositados no campo, é necessária uma operação de recolhimento dos mesmos e transporte até os carreadores onde serão transferidos aos veículos de transporte. Existem no mercado diversas opções para o recolhimento, porém a carreta que permite o recolhimento automático dos fardos e seu agrupamento em pilhas contendo 12 fardos e posterior deslocamento e empilhamento no ponto de carregamento é a opção com maior viabilidade econômica.

Desenfardamento e Trituração
As operações de desenfardamento e trituração podem ser realizadas de forma simultânea ou separada, dependendo da escala da unidade. O desenfardamento consiste na quebra das fatias compactadas que formam a estrutura dos fardos após a remoção dos barbantes, permitindo assim o seu peneiramento e limpeza. Em algumas unidades, somente é realizada a trituração, impedindo o peneiramento do material pois muita biomassa seria perdida ao passar pela peneira.

De forma geral, a palha enfardada é uma opção viável como biomassa residual adicional ao bagaço, amplamente utilizada pelas usinas, e os desenvolvimentos atuais que estão sendo feitos com a cana energia e o sorgo biomassa, adicionarão no curto e médio prazo, outras importantes fontes de biomassa agrícola para o setor.

Fonte: Biomassa BR

Por: Marcelo Pierossi – AgroPerforma Consultoria Agrícola
marcelo@agroperforma.com.br
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