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Maior uso de biocombustíveis no setor de transportes diminui emissões na Europa, aponta estudo

A União Europeia (U.E.) vem discutindo um novo pacote de medidas sobre a energia e o clima a ser implantado entre os anos de 2020 e 2030, com o objetivo principal de reduzir as emissões de gases do efeito estufa (GEEs) no continente.

Contrariamente ao pacote anterior, que tem vigência até 2020, a nova proposta não contempla nenhuma medida especifica de redução no setor de transportes, responsável por cerca de 20% das emissões e classificado como o segundo segmento mais poluente da U.E..

Considerando os riscos de deixar os transportes de fora do projeto e o que esta exclusão poderia significar para o setor sucroenergético, a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA) contratou um estudo junto à empresa de consultoria europeia E4Tech, que mostra a evolução das emissões de GEEs provenientes do transporte rodoviário no continente em 2030, considerando três cenários para a evolução da Diretiva sobre Qualidade dos Combustíveis.

Os resultados preliminares foram apresentados pela E4Tech no evento organizado pela UNICA em parceria com Apex-Brasil, em Bruxelas no dia 19 de novembro de 2014.

Os dois primeiros cenários têm desfechos similares: uma redução de emissões de GEEs em torno de 12% e 13%. O cenário um simulou as emissões na ausência de metas obrigatórias de descarbonização dos combustíveis e o cenário dois levou em consideração a continuidade da atual meta de 6% de redução de intensidade de carbono dos combustíveis.

No terceiro cenário, comprovadamente o mais eficaz, considerou-se uma meta de descarbonização dos combustíveis equivalente a 10%. Apesar de os critérios de eficiência dos veículos serem os principais responsáveis pela diminuição das emissões do transporte em 2030, uma medida dedicada aos combustíveis resultaria em redução adicional equivalente a 21%, graças ao uso de biocombustíveis sustentáveis.

Analisando os resultados do estudo, a assessora sênior da Presidência da UNICA para Assuntos Internacionais, Géraldine Kutas, destaca que o etanol em geral é o biocombustivel mais competitivo tanto do ponto de vista ambiental como em termos econômicos, com um custo de 20 euros por tonelada de CO2.

“A União Europeia deveria promover este tipo de biocombustível, como o etanol de cana-de-açúcar, em vez de querer limitar seu uso conforme o projeto de revisão da diretiva sobre as energias renováveis. Se a U.E. quer mesmo cumprir com a redução de 60% de emissões até 2050, algo precisa ser feito e o uso do etanol é fundamental neste processo.", explicou Kutas.

O diretor da E4Tech, Ausilio Bauen, também tem uma opinião parecida.

“Considerando que os combustíveis líquidos representarão 93% do setor de transporte em 2030, a U.E. deve adotar uma abordagem integrada para o setor, com medidas que promovam a descarbonização tanto dos combustíveis como dos veículos” finalizou Bauen.


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